Celulas Estaminais

Wednesday, July 12, 2006



Células estaminais são células que se podem diferenciar em diversos tipos celulares, tendo igualmente a capacidade de se auto-renovar e dividir indefinidamente.
As células estaminais com potencial mais abrangente são as células estaminais embrionárias, derivadas da massa interior do blastócito. Estas células podem dar origem a todos os tipos celulares do indivíduo adulto, mas não ao organismo inteiro (daí serem pluripotentes, não totipotentes como o zigoto). À medida que o desenvolvimento do organismo avança, o potencial das células estaminais passa a ser mais restrito, podendo originar células da sua linhagem embrionária mas não de outras linhagens (multipotência). No organismo adulto, as células estaminais adultas encontram-se presentes em órgãos como a medula óssea, a pele ou o intestino, que têm um elevado grau de perda celular, requerendo uma substituição constante das suas células. Deste modo, as células estaminais adultas diferenciam-se preferencialmente em células do mesmo tipo do órgão de onde derivam.

Uma fonte de células estaminais não embrionárias é o sangue do cordão umbilical, que possui uma grande concentração de células estaminais hematopoiéticas, para além de células estaminais mesenquimais e células estaminais/progenitoras endoteliais. Estas células estaminais neonatais podem ser colhidas e processadas logo após o nascimento, num processo totalmente seguro e indolor para a mãe e para o recém-nascido, tendo substancial aplicabilidade terapêutica (ver Doenças Tratadas). Dos diferentes tipos de células estaminais, as que estão presentes na medula óssea e no sangue do cordão umbilical são as que apresentam maior aplicabilidade terapêutica imediata. No futuro, a investigação científica nesta área deverá fazer aumentar a gama de doenças em que são aplicadas estas células estaminais (ver Presente e Futuro).

DOENÇAS TRATADAS - CONTEXTO AUTÓLOGO
(em que o paciente utiliza as suas próprias células anteriormente criopreservadas)
Num contexto autólogo, células estaminais do cordão umbilical já foram utilizadas em*:• Anemia aplástica adquirida• Certos tipos específicos de tumores sólidos (como neuroblastoma e retinoblastoma)• Síndroma de Shwachman-Diamond• Deficiência imunitária da deaminase da adenosina (em combinação com terapia génica)• Traumatismo cerebral e anoxia cerebral (em regime experimental, com resultados ainda desconhecidos)


DOENÇAS TRATADAS - CONTEXTO HETERÓLOGO(sendo o dador uma outra pessoa que não o paciente)
As seguintes doenças foram já tratadas com transplantes de células estaminais do sangue do cordão umbilical, em uso heterólogo:
Doenças malignas:
• Leucemia linfóide aguda• Leucemia mielóide aguda• Leucemia mielóide crónica• Leucemia mielóide crónica juvenil



• Linfoma de Burkitt• Liposarcoma• Sindrome Mielodisplásico• Tumores sólidos (ex.: neuroblastoma ou retinoblastoma)• Doença de Hodgkin refractária• Linfoma Não-Hodgkin
Deficiências medulares:
• Anemia aplástica• Anemia aplástica idiopática• Sindroma Blackfan-Diamond• Disqueratosis congénita• Anemia de Fanconi• Trombocitopenia amegacariocitica• Sindroma de Kostmann
Hemoglobinopatias:
• Talassémia (anemia de Cooley)• Anemia das células falciformes
Doenças metabólicas:
• Adrenoleucodistrofia• Doença de Batten• Doença de Gunther• Sindroma de Hunter• Sindroma de Hurler• Sindroma de Lesch-Nyhan• Sindroma de Maroteaux-Lamy
Imunodeficiências:
• Sindroma de Omenn• Deficiências imunitárias combinadas severas• Disgénese reticular• Displasia timica• Leucodistrofia celular globóide• Sindroma de Wiskott Aldrich• Sindroma Linfoproliferativo ligado ao cromossoma X
Outras doenças:
• Sindroma de Evans• Osteopetrose• Histiocitose das células de Langerhans